sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Conserto

Soul Sócrates
- Aqui consta que você não ama há muito tempo.
- Tem razão... faz tempo mesmo.
- Então tem de trocar as peças porque enferrujaram. Quando resolver amar, capaz de emperrar.
- Será? E o que mais tem de mudar.
- Parece que a paciência anda meio desregulada.
- É? Pra mais ou pra menos?
- Hum... pra bem menos. Quer que dê uma reforçada?
- É bom, é bom... espero que não doa muito.
- Doer um pouco sempre doi, mas vale a pena.
- Verdade... ano passado reforcei o bom humor e até que está durando.
- Que bom, porque esse é o tipo de coisa que desgasta logo....pelo menos na maioria.
- E você acha que preciso de algo mais?
- Olha, precisar você precisa, mas é melhor não mexer mais, pra não desalinhar.
- Certo. Então fecha a conta. Ano que vem volto e revemos como tudo está.
- Isso. Até lá, então.
- Até.

Minha

Soul Sócrates

Toquei o seu olhar
Toquei o seu sorriso
Toquei o seu ego
Toquei o seu cabelo
Toquei o seu corpo
Toquei o seu espírito

Angústia

Soul Sócrates

Por mais que dúvida habite na cabeça
É no coração que dói
A angústia é uma agulha
A agulha é uma dúvida
Angústia, agulha, dúvida
Espeta o meu corpo
Alfineta meu coração
A angústia é uma dúvida que não cessa
Vivo, porque, dói

Não sai

Soul Sócrates

Meu corpo está no inferno
Queima no fogaréu das dúvidas
Vive e sente a angústia de não conhecer o amanhã
E arde
Sem premonição
Sem apocalipse
Chora por dentro
Contido
Reprimido por um grito que não sai
Não sai, não sai
Não grito

Talvez se

Soul Sócrates
Se a indecifrável vontade de descobrir o vir a ser
Se a dúvida emitente do amanhã
Se a pergunta calar a interrogação
Se a lua não for um satélite
Se a estrada não tiver um fim
Se a certeza não fosse apenas uma idéia
Talvez, o amor seja eterno enquanto dure

Soul Socrates

Lá vou eu
Ou eu vou lá

Uma palavra distante
Não é cá
É lá
Saudades