Ismael Teixeira
Cheio de tinta. Molho o café. Mãos, penas, desejos. Anoto nos meus cabelos versos que andam em pé. Diariamente o instante perfeito. Som de pipoca doce no peito. A pular palavras. Palavras para sentir. Sentir brincadeiras mudas de nossas mãos de chuva. Sóis, flores, casinhas com nuvens passeiam em nosso jardim. No corpo que pintamos um do outro. Fingindo morar dentro de mim. O mundo é belo quando é belo. E belos cantamos. Suamos tinta nos lençóis. Transformando cama em quadros. E quadros em sonhos. Nos teus seios bocas soltas. Sobremesas de amoras. Roxas. Sobre o branco morango. Sobre o vermelho intenso das tuas coxas meus dedos castanhos. Esfumaçando a chaleira. Uvas em cada língua. Livres rosas intumescidas. Sem pressa de serem presas. Comidas. Amor derramando amor. Poço de aquarela. Rio de carmim. Quase de manhãzinha enxugamos as telas. Guardamos tudo em caixas e expomos por aí.
*Para ela.
domingo, 23 de setembro de 2007
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2 comentários:
Um texto belo que só vem confirmar as palavras de Octavio Paz ao dizer que a poesia é uma erótica verbal. O sujeito poético brinca com as palavras num jogo metalingüístico e, porque não dizer, erótico?
porque eu quero dormir e sonhar sempre com vc.beijar palavra e ouvir calafrio.acordar e saber q não saí de mim pra encontrar vc.
t amo isma!!bjoo
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