terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Até um dia

Soul Sócrates

Nas ruas vazias da cidade vejo sombras
Também vejo cores, humores, sabores diferentes
Interessantes
Mudanças repentinas retidas em imagens escondidas nos becos, guetos, favelas
Vejo sombras e almas penadas, pesadas, cansadas de viver no meio de tudo isto
No meio de tudo isto
E o que não vejo
Desejo
Quem sabe um beijo perdido numa esquina de uma menina
Talvez apenas ela
Sem meias palavras
Sem perguntas
Sem ninguém para atrapalhar a nossa viajem
As nossas bobagens sussurradas no ouvido
Empurradas de um abismo, de um precipício
Longe do hospício das ruas vazias
Dos bares
Das casas
Distante das mentiras e das verdades prontas
Mas abraçado ao papo furado do mendigo ali da frente
Dali até cem anos atrás
Até um dia
Quem sabe

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