Raiça Bonfim
Nós dois viajamos juntos uma vez apenas.
Fomos para perto, pouca estrada até lá.
Vento e estrelas saberiam do contrário:
Nós dois, juntos, não deixamos de viajar.
Rente às águas, entre almas, pelos mundos,
Descobrimos cem mil línguas para os sonhos
Conservadas na bagagem dos segredos.
Bicicletas nos levavam nas garupas
E era noite, não por falta de alegria ou
De aurora. Por ser longe que eram noites.
Velhos parques davam o pulso do caminho
E estreávamos bailado de partida,
Meio a acenos de jardins que nos seguiam.
A infância, sempre o termo das paragens,
E a velhice, adjunta, e a velhice
Suscitavam os carretéis de nossa trama
Vez por outra, se corria morrer juntos,
Brenhazinha, abrolhávamos na relva,
Sob a música estrelar do crescimento.
Se algum porto ou minuto, nos brecasse
Pro cinema, algum filme se faria
Mas nós, juntos, era só fazer memória:
Nós dois, juntos, não deixamos de viajar.
Só silêncio pressentiu nossa passagem...
Nós dois, de tanto viajarmos juntos,
Nunca mais deixamos de, juntos, estar.
sexta-feira, 25 de abril de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
é simples. desculpem, mas é simples.
obrigado.
isma.
menino da garoa,
escrevi um verso à toa
pra dizer que te amando
a vida é boa, é boa,
é boa...
hihi.
Cumplicidade.
Postar um comentário