quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Não há espaço

Ismael Teixeira


Diaspassamdedoisemdois.Doisemdois.Cinco.Maisoumenoscínicocomoqualquerpolítico.Osdiasconcretos.Apoesiaconcretadivideespaçocomossentimentos.Obstáculo.Caféparaossapatos.Nãohávagas.Nãohávagasparaospésdescalços.Paraarosanarua.Nãoháespaço.Nãoháespaçoparameusdiascontados.Minutosapertados.Segundoscolados.Nãoháespaço.Semteto.Semterra.Sempoesia.Nãoháespaço.Nãoháespaçoparaaalegria.

2 comentários:

Sócrates Santana disse...

Pura poesia concreta. É como se argamassa dos operários de construção colasse corpos e coisas numa única estrutura. É como desencadear um processo sem retorno, porque para realizar o retorno se requer tempo, e o espaço que se vai, vai com o tempo. Chega um instante, como há tempos Milton Santos profetiza, que não resta tempo e o espaço é o tempo. Mas, diferente do tempo que se veste de passado, presente e futuro, ao espaço resta que vestimenta?
Essa poesia é simplesmente concreta.

Liu Lisboa disse...

há sim.
espaço para alegria.