quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Basta

Ismael Teixeira

Olhando o sonho em pedaços. Vencido pelo desanimo, foi percebendo que as imagens iam sumindo, um torpor tomava seu corpo até que a escuridão silenciasse até seus pensamentos. Dormiu. Dormiu. Dormiu até não sobrar ninguém. E quando acordou, passeando pelas ruas desertas sentiu uma paz e uma alegria que jamais achou que poderia existir. Sorrindo, escreveu uma máxima num muro de uma padaria: "São apenas os loucos que escrevem a história".

6 comentários:

Sócrates Santana disse...

“O desafio da modernidade é viver sem ilusões, sem se tornar desiludido”, Antonio Gramsci.

Sócrates Santana disse...

Sobre a continuidade deste enredo, apenas acrescento que considero difícil que um homem igual ao João Pequeno escreveria uma frases como aquela. No entanto, creio que ele levantaria seu sonho novamente, mas, ao contrário da primeira vez, não faria as coisas com pressa. Primeiro, compraria tudo que ele tinha consciência que faltava. Os anos como ajudante de pedreiro lhe ofereceram experiência suficiente para galgar até mesmo a chefia de uma obra inteira. Por isso, alojaria seu filho e nora em casa, e construiriam juntos o puxadinho, após comprarem ferro, cimento suficiente, areia fina e grossa, e tempo, tempo para assentar a parede. Depois rebocaria a parede, após chapiscá-la com carinho e atenção. "Tudo nos conforme". Ai sim, demonstraria que um sonho não é apenas um desejo, mas algo que pode existir, de fato.

Anônimo disse...

Como assim um homem igual a João Pequeno? Claro que não é igual. É o João Pequeno que li, que vi, que criei. A continuação é uma nova leitura. Hoje briguei com homens velhos de uma revista velha. Homens de um tempo que passou. Eles estão mortos e superados. Nós somos desse tempo e precisamos criar o nosso tempo. Não podemos mais reproduzir a caduquice atual, ou barganhar misérias por baixar a cabeça. Eles, hoje, acham que são os donos do espaço, e um emprego, uma oportunidade é um favor que fazem ao jovem, mas não sabem que foram eles que inventaram a AIDS, eles que destruíram a fauna e a flora e criaram os apartamentos. Quero dizer que não concordo com muita coisa que diz ou escreve, mas isso pouco importa, o importande é dizer, é acrescentar. Uma reunião de velhos é só isso. Concordo e discordo todo o tempo e nada parece andar. O tempo deles acabaram. Que escrevamos nossas frases, que cantemos nossas músicas, que nos deleitemos com nossos filmes e nossa própria forma de fazer amor. Eles que se danem.

isma.

isma.

Anônimo disse...

"Ai sim, demonstraria que um sonho não é apenas um desejo, mas algo que pode existir de fato"

me soa do tipo... empurrar a guela abaixo a opinião dizendo o óbvio. Coisa de político sabe? Aquele hospício faz um mal...........

Anônimo disse...

O sonho aqui é a total epifania. É a ruptura total com os homens. É o sonho que sonhava Mozart quando tocava para ninguém. Ou Diógenes, marginalizado pelo mundo. O "dormir" é a separação entre ele e os outros e o seu acordar é a superação dos demais. Só ele superou o tempo. Continuou vivendo enquanto os mortais se foram. Como cantava os mutantes: "essas pessoas da salada e jantar, são ocupadas em nascer e morrer". Esse verso é um emblema da vida moderna.

isma.

Anônimo disse...

EH SALA DE JANTAR!!!!!