Soul Sócrates
imagine
bem de perto
ver
bem de perto
a coloração branca contornando um espelho castanho
uma imagem
sou eu
estou me vendo
parece que penetro em seu pensamento
apenas vejo um ponto preto e um contorno castanho
bem de perto
posso ver o abrir
posso ver o fechar
bem de perto
bem colado
gosto de ficar assim
eles ficam grandes
parece que me consomem
vejo até mesmo os traços
aqueles traços que saem do pigmento negro
aqueles traços que contaminam o contorno castanho
aqueles traços que atravessam
isso atravessam
cortam as cores e se transformam em outras
meio claras até um momento
depois vermelhas
até me incomodam
existe uma aparência de sangue
bem perto
as lágrimas se ampliam
a angústia fica mais clara
um nervoso
bem perto
uma sensação de proximidade
não quero sair dali
estamos tão perto
como será que você ver?
será que você ver o marrom claro?
a pelicula escura?
os contornos circulares?
um em volta do outro?
ou será que você ver outra coisa?
o que te incomoda em ficar tão perto?
será que não vemos nada por causa da proximidade tão latente?
tão perto
quinta-feira, 23 de agosto de 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
estamos dentro. estamos fora. o espelho não é ninguém. fantasia que quem sabe, sorrindo faz seu divã. ninguém sorri no espelho sóbrio. o espelho é o sonho dos apressados. mas o autor no espelho brincou cansado. de vistas atentas e exautas de tanto armário. simplesmente viu. estamos dentro. estamos fora.
isma.
Sem dúvida, sobre este poema existem muitas a serem ditas. Fala da aclamada existência proferida pelo poeta Ismael Teixeira. Fala da distanciada relação entre as pessoas. Fala pouco, mas fala muito sobre algo importante. É um desses poemas anunciados pelo poeta Ismael Teixeira. Um poema que requer atenção. Um poema que provoca a leitura desde o início, porque fala dos olhos que lêem as palavras impressas. Sem alto aclamação. Um poema substancial. Anestésico até.
Postar um comentário