quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Dilacerado

Sócrates G. P. B. Santana
Um gole a mais bastou. A boca do copo ainda estava borrada pelo batom vermelho. Os dois saíram aos beijos. Ela, loura, alta e lânguida. Ele, careca, barbudo, mas esguio. Entraram sôfregos pela porta de trás do táxi. Mãos por de baixo das pernas, vestido para cima. O chofer olhava pelo retrovisor. Sinal vermelho. O chofer não teve tempo de sentir nem o vulto do ônibus atravessar a pista. Desviou em tempo, mas não conteve os lábios carnudos da loura, que tremia ante o dilacerado pênis do amante entre os dentes.

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