quarta-feira, 18 de junho de 2008

Sem título

Árvore Azul

os passos
somente os passos
quando ando
no chão
a terra virando pés que se encontram
e nas mãos
a Terra virando mãos que se abraçam

3 comentários:

Anônimo disse...

Essas suas poucas palavras me lembram tanto em muitos ... um haiku nordestino "a terra virando pés e mãos", a terra de Caetano "terra para o pé firmeza e para a mão carícia", o sentido da terra de Nietzsche "tornar-se o que não é, mais do que é, para ser o que já foi" e o mais simples e forte em minha canção ... Árvore azul escreve em suas copas o que suga do grão, antes pedra, agora terra, é tudo estrada e chão ... Coração azul sente no peito mãos frutos, pés sementes, poeira limpando visão. Caminhemos sempre transformando terras ... Amigos, amantes, irmãos ...

Anônimo disse...

Belo comentário. E bela poesia. A metamorfose das palavras e das coisas. O evidente acúmulo de todas as coisas. A exposição do que parece óbvio, mas não é. A citação de Nietzche é brilhante.

Anônimo disse...

Sócrates, querido!
Obrigada por ter mencionado com gentileza: "Belo comentário."...Estas palavras vindas de ti que é um talento literário, chega até me lisonjear. Pois eu ñ comento com técnica, apenas com sentidos d'alma que são intuições guardadas que os escritos teus e do Isma vêm libertar.
De peito aberto,
Coração azul.