terça-feira, 21 de agosto de 2007

Eis o homem

Soul Sócrates

Somos herdeiros do caos. De um tempo em que as ruas tinham outros nomes. Passamos pelos lugares. Os lugares. Cheios de nós. Repletos deles. Nomes. Somos filhos do caos. Das mensagens. Dos sentidos. Dos significados. Das representações. Bebemos o caos. E esquecemos os nomes das ruas e das avenidas. Os desavisados. Sem correspondência. Endereço. Pra quê. Servem os relógios. E os ponteiros. Velocímetros. O que são. Estamos à beira do caos. Desvalidos que somos. Cadê o aviso prévio. Demissões. Andamos pela cidade. Citadinos que somos. Acreditamos no caos. Nas indicações e nas incertezas da vida. O que vem. O que vai. Olhamos pra frente. O tempo persiste. O espaço incide. Eis o homem.

2 comentários:

Anônimo disse...

Engraçado. Meu pai conversava da sua geração de passarinhos. Do bom-viver abaixo das árvores comendo fruta do pé. Mas ele não deixou isso pra mim. A geração dele foi a que instalou a chernobil, que devastou a Amazônia. Minha geração foi apartamento e TV. A dos meus filhos será quarto e PC. E meus netos? Onde ele estarão? Dentro de um chip? "Eis o homem" me fez muito pensar. O que que inventamos para si num tempo é o que deixaremos para o outro noutro tempo. Se aqui lutamos pelo direito das bicicletas. "Fabricaremos ciclistas" no porvir. Herdamos o caos. Somos ele porque nos fizeram? O que faremos com ele? Uns assistem novela, outros andam de jet ski. Bem. Eu no momento estou escrevendo isso aqui.

isma.

. fina flor . disse...

muito bom!!!!

beijos,

MM.