domingo, 10 de fevereiro de 2008

Escritos sobre a Greve - 10º PARTE

Soul Sócrates

A página amassada entre os dedos trêmulos do menino de braços ensanguentados ainda tilintava as palavras contidas na garganta arranhada do velho barbudo, que olhava taciturno para este evidente resquício de culpa que a história esqueceu de apagar das folhas revolucionárias de um livro que marcou a maior greve de todos os tempos - tempos que as ruas tinham outros nomes e que não foram registrados pelo google, porque, esse último ainda não existia e as pessoas não marcavam mais os seus encontros através de pontos de referência, mas via msn. Na página estava escrito o seguinte, justamente a sequência deste ensaio, a descrição do peleguismo, a mudança de oito para oitenta, a reinvenção das classes sociais, a inversão dos valores. Na página estava escrito a fundação do primeiro sindicato formado por patrões, que numa única jogada unificou todos os outros sindicatos e extinguiu definitivamente o direito de greve da constituição maior deste estado nação localizando entre o sul e o norte.

6 comentários:

Anônimo disse...

Soul, esses infinitos Escritos sobre a Greve são deliciosos e ñ consigo parar de saborear cada uma de suas partes, ainda tenho apetite e vou acabar engordando, mas sem sofrer o fastio. Espero que os Escritos sobre a Greve tornem-se livros: digitados por teclas ou feitos a caneta e papel. Una as partes e deixe sua assinatura. Boa sorte! abraços, obrigada.

Anônimo disse...

Espero que eu tenho inspiração para escolher as palavras certas. Espero um livro também. Passei o carnaval inteiro pensando nesta parte...foi quase um fardo...

Anônimo disse...

Ñ se preocupe querido, inspiração já tens e o livro virá. Parece que esse carnaval foi reflexivo e um fardo para belas mentes e grandes corações. Agora é hora de limpar o salão e ser o dono festa, maõs à obra... boa sorte! obs: obrigada por ter lido o meu comentário, mas deixou o último (água morna) sob suspense. Então ...

Raiça Bomfim disse...

Esse desfecho me lembrou muito George Orwell. Já a originalidade da narrativa não deixou-me remeter a nada alheio a ela. Pareceu-me que este era um fim. Se for, é sempre triste encerrar uma história a qual nos acostumamos a esperar pra seguir os passos. O paradoxo se faz na alegria de vislumbrar o texto em sua inteireza. Quis reler tudo mas não achei os escritos 7 e 8. Foi orebice minha ou eles sumiram daqui? Pode também não ser um fim e, neste caso, continuo aqui com os olhos ávidos...

Grande abraço!

Anônimo disse...

Eles estão por ai, em algum lugar. A semelhança com George Orwell, infezlimente ou felizmente, é inevitável. Afinal de contas, vivo numa época similar a ele. Não escrevo, contudo, sobre uma sociedade meramente controlada. Mas de uma sociedade desiludida, a partir da visão de um jovem, um militante imaginário. Ops!!! revelei a próxima parte...
Parte de um partido em chamas...

Pablo Reis disse...

Sócrates, obrigado pela visita no blog e pelo comentário gentil que vc fez sobre os perfis. Vou adicionar o seu espaço por lá. Ah, sim, tenho também reportagens maiores publicadas no correio repórter. A mais recente delas foi sobre academias de letras no interior da Bahia, no dia 27 de janeiro deste ano.
Um abraço,
Pablo