segunda-feira, 30 de julho de 2007

Humores de um amor declarado

Raiça Bonfim

Sim, meu amor, eu me pinto
Com as cores que você pedir
Pra que você veja meu rosto
Por todo caminho que seguir
É, meu amor, eu confesso
Revelo desejos escusos
Pra que você olhe tão fundo
Que cegue de amor só por mim
Deixa, amor, que eu assumo
Eu tiro de ti toda a culpa
Pra que você, leve, passeie
No céu de minha boca desnuda
Amor, eu te mostro meus medos
Te entrego meus pontos mais fracos
Pra que, ao querer proteger-me,
Você me conserve em seus braços
Também te demonstro minha força
Te provo o quão muito que eu posso
Pra que você, frágil e cansado,
Se entregue, chorando, a meu colo
Vê, meu amor, sou perversa
Te rodo e te jogo em minha festa
Pra que você, tonto e confuso,
Se perca, gozando, em meu mundo

3 comentários:

Anônimo disse...

Esse poema é delicioso. Lembra os versos que a minha amada Sheila costuma dedicar pra mim. Ela perdeu o hábito. E eu também. Ganhamos novos.

Anônimo disse...

Que belo texto, apesar de ñ ter um conhecimento tecnico sobre poesia, se é que isso é importante, ao ler cada verso sentir como se falassse da intensidade de meu amores.É bom ver que os sentimentos podem ser traduzidos em palavras. Parabéns!
Abraços
Clara :)

Raiça Bomfim disse...

"... Ganhamos novos."

Sim. Porque como diria Leminski,

"tudo me foi dado
nada me foi tirado
o que um dia foi meu
nunca vai ser passado"